No Censo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2018, identificou-se que 61,6% das cirurgias plástica foram realizadas de forma particular, 18,1% pelos planos de saúde e 2,2% pelo sus, outras formas como filantropia, reembolso e formas não descritas também foram descritas.
Destas 60,3% foram cirurgias plásticas estéticas e 39,7%, foram reparadoras.
A faixa etária que mais fez a cirurgia foi entre 36 e 50 anos, seguida pela faixa etária entre 19 e 35 anos.
Dados sobre as cirurgias plásticas estéticas mais realizadas no ano de 2018, segundo censo da SBCP.
Cirurgias plásticas reparadoras mais realizadas no ano de 2018, segundo censo da SBCP.
Partindo destes dados sólidos, sérios e reais, questiono sobre a importância da abordagem pós operatória.
Porque a abordagem pré operatória se faz importante e necessária?
As orientações sobre interrupção do fumo e a suspensão de alguns medicamentos, bem como o jejum pré cirúrgico, são ofertados pelo médico, cirurgião plástico que realizará a intervenção cirúrgica, mas a SBCP, sugere e evidência a importância do acompanhamento multidisciplinar tanto no pré, como no pós operatório de cirurgia plástica.
São muitos os profissionais que farão este acompanhamento durante este período, além do cirurgião plástico. Os cuidados são prestados por um a equipe composta por esteticistas, fisioterapeutas, nutricionistas e alguns casos, psicólogos.
Durante esse momento, o paciente precisa preparar o corpo, a pele e o organismo para a cirurgia. É importante o acompanhamento psicológico, nutricional e fisioterapêutico ou de profissionais da estética que sejam aptos a trabalhar com pré e pós-operatório.
No que compete ao profissional de saúde estética, este deve estar atento a preparação do tegumento melhorando o suporte nutricional e sanguíneo, reduzir a camada adiposa, preparar o tecido para a distensão repentina (nos casos de colocação de próteses), manter o tecido hidratado para posterior recuperação sem complicações, reduzir o edema já existente.
Para o fisioterapeuta, além da abordagem anterior, este deve atentar-se às alterações cinético- funcionais já existentes, a adequação postural, a abordagem para adequação de padrões respiratórios que, podem piorar no POI, atuar no fortalecimento muscular e na reorganização do tecido conjuntivo que pode ter consequências de cirurgias anteriores, manutenção de boas condições circulatórias e da integridade cutânea também farão parte desta abordagem.
O profissional de nutrição também deve estar inserido na atuação pré operatória para que seja feita adequação nutricional e para que inclusive, inicie a suplementação para uma recuperação do tecido mais adequada após a injúria provocada pela cirurgia.
Quando, iniciamos a intervenção pré cirúrgica, a chance de intercorrências, de tempo prolongado de recuperação, são infinitamente menores além de, o retorno das atividades de vida diária de vida prática sejam mais breves.
Cada cirurgia e cada paciente/cliente, possui suas particularidades e, a elaboração do programa de tratamento pré operatório deve basear-se, nestas particularidades.
Até a próxima,
Dra. Paula França
Fisioterapeuta especializada em dermatofuncional, oncologia, fisioterapia vascular e pós operatório de cirurgias plásticas estéticas e reparadoras
CREFITO 3/ 67666-F
<h2>REFERÊNCIAS:</h2>
CENSO 2018 – SBCP. Acesso em 18 de maio de 2020. Disponível em: http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-content/uploads/2019/08/Apresentac%CC%A7a%CC%83o-Censo-2018_V3.pdf<br>
MACEDO, Ana Carolina Brandt de; OLIVEIRA, Sandra Mara de. A atuação da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia plástica corporal: uma revisão de literatura. Cadernos da Escola de Saúde, Curitiba, nº 05, p. 169-189, 2014.<br>
SILVA, Rodrigo Marcel Valentim da et al. O uso da cinesioterapia no pós-operatório de cirurgias plásticas. Terapia manual, v. 11, n° 51, p. 129-134, 2013.<br>
TACANI, Rogério Eduardo et al. Investigation of doctor referrals of physical therapy treatments for patients submitted to liposuction. Revista O Mundo da Saúde – São Paulo, ano 29, v. 29 n° 02, p. 192-198, 2005.<br>